A médica pediatra faz parte da trajetória dos 20 anos da UTI Neonatal da Santa Casa, sempre com dedicação incalculável. Ao ser entrevistada, perguntamos: Como é vir para a UTI Neo cuidar desses seres tão pequenos e insensíveis?

Realmente a UTI Neonatal é a minha realização profissional, faz parte da minha vida há 20 anos, desde a inauguração, numa terça-feira, dia 17 de março; é minha menina dos olhos. A UTI Neo faz parte de toda minha trajetória profissional, venho trabalhar com meu coração aberto, porque a melhor coisa que temos em nossa profissão é a dedicação, o carinho, o acolhimento das mães. Entendemos o quanto é difícil para elas ver o filho nascer e ter que vir para a UTI, separamos o binômio mãe e filho. Entendemos com toda humanização o quanto isso é difícil.

Como é ver o bebê chegando, vocês cuidarem e depois vê-lo ir para o colo da mãe? Qual é a sensação?
É uma sensação divina cuidar de um bebê que chega até nós com todas as morbidades, ver todo o acompanhamento e quando chega a hora de dar alta, não existe sensação melhor. Acredito que seja realmente uma obra divina. Além de trabalhar na UTI Neo, atuei também no Fallow Up que era o acompanhamento deste prematuro após a sua alta hospitalar, minha realização se completou porque tinha a oportunidade de ver um pouco mais o desenvolvimento deste bebê, porque queremos que seja uma adulto muito saudável.

Percebe-se que a senhora ama o que faz. O que é ser feliz?
Para mim são quatro pilares: 1- ser médica pediatra e cumprir meu juramento;
2 – minha família – meus pais que infelizmente não estão comigo, mas em especial meu marido e meu filho que me amam muito e tenho maior apoio – meus irmãos;
3 – minha fé em Deus; 4 – ser integrante da equipe multidisciplinar da UTI neonatal da Santa Casa de Misericórdia desde 2001, onde, com certeza, é meu orgulho poder cuidar, acolher seres divinos recém-nascidos. A maternidade é uma obra divina.